Corrida do Tejo 2007

Para mim esta prova parecia que se encontrava agoirada desde o ínicio.
Primeiro foi a gripe a atingir-me no meu pico de forma. Resultado: as 2 últimas semanas, em termos de treinos foram para esquecer.
Na véspera da prova, eis que acordo com uma torcidela de pescoço. Nada melhor podia aparecer na manhã da véspera.
Fui buscar o dorsal/t-shirt perto da hora de almoço. Não se encontrava quase ninguem. Era mesmo esse o objectivo.
Uma vez que me encontrava sozinho durante o sábado inteiro, aproveitei, e fui passear por aí para descontrair, e tirar umas fotos.
A dôr no pescoço não desaparecia. Que coisa maravilhosa. A correr então, ainda devia saber melhor.
Ao final da tarde, passei mesmo à porta dos pastéis de Belém. Mas....fiz um esforço, e consegui resistir para não entrar.
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Noite de sábado: bateu-me uma insónia tão forte, que a única coisa que posso dizer, foi que dormi apenas 2 horas. Não sei se da excitação da prova, mas não acredito que possa ter sido. Não é a primeira vez que faço provas, e não é das mais díficeis. Enfim.
resultado: quando acordei às 6:30, estava "eléctrico". Todo o meu sistema estava alterado.
A adrenalina já circulava no meu sangue. Pensei, bem, vamos ver no que isto dá.
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Fomos no meu carro, e no caminho apanhei os 2 meus companheiros de treinos que iam comigo.
O Aristides e o Reis.
Chegámos cedo e fui deixar o carro em Oeiras. Estava algum frio para quem se tinha de despir na rua àquela hora. E ainda por cima, para quem estava ainda com restos de gripe, nada melhor.
Fomos para comboio. Só aí, deu para apanhar um pouquinho de sol, e aquecer.
Uma vez chegados a Algés, resolvemos que iríamos fazer uns alongamentos e o aquecimento, na zona da Doca Pesca. Local onde existia menos confusão.
Encontrei por ali, o João Lopes, da Remolpinta que me disse que estava lesionado. (mais tarde, e já perto de minha casa, encontrei-o, que me disse que tinha desistido, pois está com uma lesão, e que a maratona de Lisboa em Dezembro está posta de parte. As melhoras, João).
Após os 10min de alongamentos, lá fomos fazer um aquecimento muito ligeiro com alguns esticanços para acelerar a máquina.
Eu, pela minha parte, a minha única preocupação, centrava-se na canela.
Tinha de fazer um aquecimento um pouco mais para o longo, pois se não queria ter dores, tinha de ser assim.
No final foram 3kms.
Isto para quem corre bastantes quilómetros, um aquecimento de 3kms para uma prova de 10kms não faz mal nenhum. Aliás só me faz é bem.
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Regressamos depois então para o local de partida.
Eu e o Aristides desejámos uma boa prova ao Reis, que iria para a zona dos Sub-48min.
Nós fomos para os sub-45.
Ao chegar à nossa zona, encontrámos um outro nosso companheiro de treino, o Proença. Sabíamos que iria estar por alí.
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É dado o tiro de partida.
Custou um pouco a cruzar-se a linha de partida.
Alguma confusão. Muitas pisadelas, encostos e joelhadas.
Mas pronto, lá passou.
É passado o 1º quilómetro. Feito num ritmo bem rápido logo para esta altura. Olhei para o lado, e vinha comigo, o Aristides e o Proença.
Disse ao Proença que estávamos muito rápidos para os primeiros quilómetros. Íamos desde logo a 4:30min/km.
Um pouco mais à frente, passámos para 4:19min/km. O Aristídes começou por ficar para trás.
Seguiu comigo o Proença.
Um pouco antes da subida do alto da Boa Viagem, o Proença já tinha descolado. Estava por minha conta.
Mas se queria fazer um tempo razoável, tinha de me manter o máximo que fosse possível perto dos 4:10min/km, ou menos.
A canela, nem dava sinal. Óptimo.
Assim, e nessa subida abrandei para perto de 4:30min/km.
Consegui depois regressar aos 4:10min/km. À passagem aos 5kms ia com 20minutos e qualquer coisa (ao certo não vi ainda bem no meu cronómetro).
Dei por mim, em alguns momentos a ir a 4:00min/km (que tinha sido esse o meu objectivo antes de ficar doente), e até mesmo a 3:54min/km
A prova não é tão fácil quanto se fala. Tem bastantes inclinações, algumas mais pronunciadas, outras nem por isso, mas que não deixa de ter de fazer mais um esforço para subir.
Apartir do quilómetro 7, comecei por sentir a quebra física. Finalmente, tinha chegado o meu limite. Pensei que durasse menos quilómetros, aliás, o último treino de velocidade denunciou isso mesmo.
Nesse quilómetro, olhei para o relógio e surpreendi-me, e pensei, das duas uma. Ou vou acelerar e dar tudo o que tenho até estoirar de vez e tentar fazer o meu objectivo que era os 40min, ou então vou manter-me neste ritmo até final, e acabar bem e sem qualquer problema.
Escolhi, racionalmente a segunda opção. Pois não estava fisicamente capaz para sofrer em demasia os últimos 2 kms.
Mas a derradeira subida, que eu erradamente, não contabilizei na minha cabeça nem no meu corpo, acabou por sair cara.
Para mim, esta última súbida, penso que cerca dos 8kms, acabou com o resto. Os meus músculos estavam completamente sem qualquer energia. Mais do que a minha batida cardíaca, os músculos estavam esgotados. A gripe, afinal tinha retirado o que eu tenho de bom, ou seja as partes finais das provas, em que sou muito forte (relativamente, como é lógico).
Dei por mim, a terminar esta súbida em total sofrimento. Encontrei nesta altura, um companheiro da Remolpinta, com quem eu já tive o prazer de treinar, o Areias. Mas ele disse-me que não se encontrava muito bem, e lá o passei e segui em frente.
É traumático vermos a meta do outro lado da estrada, e ainda ter de fazer bastantes metros para fazer a volta para a recta da meta. A meta era já ali. Mas puro engano. Ainda tinha de ir à rotunda e voltar para trás.
Foi na recta da meta, que percebi que não dava mais em nada. Apenas tinha de gerir até terminar, e acima de tudo, terminar bem.
Na recta, ainda me passaram 10-15 atletas, que eu mentalmente, pensei (e como mais tarde iria a constatar) que eram "importantes" para mim. Mas resisti, e não lutei. Pois isso poderia sair-me caro.
E finalmente, cortei a meta. O tempo de chip oficial foi nos 00:42:00. Mas o meu relógio,e é por esse que eu me regulo, marcava 00:41:36. Seja como fôr tinha feito um excelente tempo para a minha condição física. Nunca pensei que conseguisse fazer este tempo, com 2 semanas de treinos estragadas.
Fiquei feliz mas não totalmente, pois foi uma "vitória" minha condicionada.Uma vez que o meu objectivo antes disto tudo, não o tinha conseguido realmente alcançar. Não fiquei muito longe é verdade, mas...........penso que tinha ficado ao alcance, caso estivesse bem.
Mas haja saúde, que mais provas virão.
No final, fiquei no lugar nº513. Nada mau para um total de milhares de pessoas que foram correr. E como pude comprovar, aqueles atletas que me passaram sempre foram importantes, pois tinha entrada provávelmente na casa dos primeiros quatrocentos
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No final, bastante gente, alguma confusão.
Várias tendas, uma delas com frutas, gelatinas.
Eu pela minha parte, apenas comi uma banana, e ainda fiz alguns alongamentos.
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Falta agora, esperar pelos danos colaterais, e esses devem chamar-se, e outra vez, canelite na perna direita, pois não tinha ainda recuperado totalmente, e fui fazer esta prova, que não deve ter ajudado em nada.