Sunday, March 11, 2007

Dia fantástico na Serra







Tal como previa, a experiencia de fazer uma travessia pelo coração da serra da Arrábida, superou todas as expectativas que tinha.
7 da manha, toca a levantar. Dia solarento, com previsão de uma temperatura relativamente alta para a altura do ano, e acima de tudo, sem vento.
Colocámo-nos a caminho (eu e a minha mulher, Sandra) para irmos ao encontro com os nossos amigos em Vila Nogueira de Azeitão. O encontro tinha uma hora: 9:00.
Após chegar, sentámo-nos no café de esquina à espera que o restante grupo se juntasse a nós. Estavam por aqueles lados ,bastantes praticantes de btt, que também tinham resolvido encontrar-se para um passeio pela Arrábida. Enquanto estávamos à espera, e o facto de olhar para esses praticantes de BTT, fez-me lembrar o tempo em que eu também o fazia, e deu-me uma imensa vontade de pegar numa daquelas bicicletas e ir embora por aí cima.
Após o grupo estar completo, partimos até à zona de picheleiros para ir deixar alguns dos companheiros e fomos depois levar os carros até à "meta" que se situava perto do convento em pleno alto da Arrábida. Depois regressámos em 2 viaturas para nos juntarmos aos que tinham ficado na partida.
Assim partimos. Metros iniciais, algo complicado, pois o piso era de cascalho e sentia minha batida cardíaca aumentar ligeiramente. Mas tudo passou após entrarmos em pleno mato. Para grande infelicidade minha e ingenuidade, levei calções em vez de calças. Estava mesmo a ver que iria sair desta aventura todo arranhado nas pernas. Imaginei-me logo na meia maratona do próximo domingo todo cheio de arranhões e tintura de iodo nas pernas. Foi cómico essa cena.
O mato começou por nos cercar completamente. Raro eram as alturas em que se conseguia ver completamente o sol. Estávamos estasiados com o ambiente. Tinha algo de quê de "tomb raider". Parecia que estávamos numa floresta imensa. Por vezes, uma ou outra brecha se abria para poder tirar uma foto. Ao longe via-se já a serra de Sintra.
O grupo após alguns metros começou por se espalhar, dado o inclinar inicial da subida. Eu e a Sandra, sempre com uma sensação e sorriso estampado de felicidade, pois estávamos a passar por algo, que só mesmo vivendo é possivel descrever, não sentíamos qualquer dificuldade. Páramos a dada altura num clareira, que parecia que tinha sido feita de propósito para descansarmos. Serviu para bastante deles recuperarem, comerem algo ,e beber água. Eu, habituado a esforço muito mais intenso, apenas comi uma barra de cereais, nem água bebi. Por esta altura, dei com o primeiro grande arranhão feito no meu gémeo esquerdo.
Quando arrancámos de novo, aí sim, começou o verdadeiro desafio. Várias vezes tivemos de nos agachar por completo para passar por baixo de troncos, e ramos que nos pareciam querer devorar assim que por eles passávamos.
Estávamos como que nas florestas encantadas de Avallon. Árvores cheias de musgo, cogumelos enormes a crescer junto a base das árvores.
O guia, sempre sabendo por onde ir e sem enganos, levou-nos por um trilho que finalmente iria nos levar ao destino.
Aos poucos, a vegetação começava a rarear, e o sol ia nos invadido a cabeça e o corpos aos poucos. A dada altura, alguem do grupo afirmou que pareciamos que estávamos a tocar o céu.
Finalmente, a vegetação tornou-se apenas lateral e ia delimitando o caminho. Sabia que estávamos perto do fim.
Finalmente, saimos de dentro de vegetação mesmo junto a estrada, onde se encontravam as viaturas.
Esperámos que toda a gente chegasse. E após estarmos todos reunidos de novo, despedimo-nos, e cada um foi à sua vida. Nós voltamos para Lisboa, com uma sensação de "que aventura extraordinária tinhamos vivido". Só mesmo o contacto directo com a natureza nos faz ficar assim.
Não tivemos qualquer problema fisico em fazer a subida, pois temos um bom nivel de exercicio fisico, pelo que se fez muito bem. Quanto ás minhas pernas, apenas fiquei com 2 enormes arranhões, mas que no próximo domingo ja não se devem notar.
Fiquei com uma terrível vontade de repetir esta aventura em outros lugares com maior ou menor dificuldade.
Sejam bem vindas as Serras!! que, enquanto eu não tiver capacidade para as atravessar a correr, quero atravessá-las a caminhar




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