Sunday, March 18, 2007

Mágnifico dia

Não tenho palavras para poder descrever este dia. Sinto que as palavras que conheço, não são suficientes para poder descrever este magnifico dia que vivi.
Tentarei fazer um breve resumo do mesmo.
Após levantar bem cedo, desde logo vi que os nervos estavam à flor da pele.
Eu e o meu colega de treino fomos de automóvel até perto do estádio do belenenses, e aí mesmo deixámos a viatura. Apanhámos logo o primeiro autocarro até à estação de comboios em Campolide. Manhã maravilhosa se avizinhava. O sol, mal força ainda tinha, mas isto prometia.
Conseguimos com alguma felicidade apanhar também dos primeiros comboios.
Já se notava bastantes pessoas na plataforma do mesmo. Umas , por mero prazer estariam ali, outros com um espírito mais competitivo aguardavam ansiosamente pela chegada ao destino. Eu inclusivé.
8:30, Pragal, lugar já repleto de atletas, em que uns não dispensavam o cafézito à borla no bar da estação, outros que já iam a caminho da ponte.
Após chegarmos á praça da portagem, já se notava bastantes pessoas para a mini-maratona e para o passeio.
Para a meia, nesta altura, não existiam muitas pessoas.
Um palco estava montado, com um professor e uma professora de ginástica, que começaram por inicializar para a multidão o aquecimento. Assim foi durante quase 1 hora. Eu resolvi, dentro da do espaço limitado entre o cordão humano da meia maratona e o cordão humano da mini, fazer o aquecimento à minha maneira, e como estou habituado a fazer. O espaço aos poucos foi encolhendo, e deixou de ser possível fazer uns voltitas pequenas em ritmo de jogging. Fiquei com algum receio de não ter aquecido bem, pois normalmente necessito de alguns quilómetros para aquecer as minhas pernas, principalmente as minhas canelas.
Assim, cedo coloquei-me bem na frente, e esperámos impacientemente pelo tiro de largada. O sol começou por apertar cada vez mais e mais nos nossos ombros. Felizmente tinha recebido um dos bonés entregues à saída do coimboio.
E este foi o momento mais aborrecido, pois quase durante 1 hora estívemos bem apertados, que quase nem dava para fazer alguns alongamentos. O meu receio por causa das canelas ia subindo de nível. Pois sabia, que arrancamos quase sempre logo nos primeiros metros a um ritmo mais rápido. Assim se deu o tiro de partida e por ali fomos. Milhares e milhares de pessoas à nossa volta. Os primeiros metros em cima da ponte foram de alguma atrapalhação, pois existia até quem parasse de correr para tirar fotografias. Isto no meio de um pelotão de milhares!
Após o ligeiro caos inicial, o primeiro quilometro foi maravilhoso, consegui apreciar o rio Tejo e Lisboa de uma vista fenomenal. De facto, verifiquei cedo, o porquê da fama desta travessia a correr. É qualquer coisa que..................só mesmo estando lá.
Após os 3 primeiros quilometros imensa gente ia passando por nós. Uns da mini, outros da meia. Até dava a sensação de que estávamos bastante lentos, mas já iamos a fazer a descida para alcãntara a 4:30-4:45/km. Após fazermos os primeiros 5kms, disse ao meu colega, que era melhor fazermos a nossa corrida, metermos o nosso ritmo, e que no quilometro 15, a maioria destas pessoas, iriam quebrar, pelo menos algumas que chegariam lá.
Assim, lá fomos aproveitando a prova, quilometro após quilómetro. As minhas pernas estavam cada vez mais soltas. O meu receio por causa das canelas tinha passado de vez os quilometros criticos. Ao chegar ao quilometro 9-10,senti um pouco de cansaço a nível geral. Por isso resolvi fazer uma corrida estratégica e inteligente, logo abrandei um pouco para 5:15/km.
Comecei por sentir a famosa "dor de burro". Mas sei como tratar disso. Inspiração a fundo, e expiração em forma de explosão, ao mesmo tempo que expirava cada vez que colocava o pé contrário à zona da dor no chão. Umas massagens entretanto, e a coisa foi aliviando.
Por volta do quilometro 12, ja me estava a sentir totalmente liberto e sem qualquer tipo de dor.
Ao quilometro 12, até fruta estavam a fornecer. Aproveite, e comi metade de uma banana.
Perto do quilometro 15, e tal como calculava, começámos por apanhar bastantes concorrentes que na altura da ponte, e até mesmo depois após a descida em alcântara, nos tinham passado.
Em alguns notavam-se fadiga geral, sem forças, outros lá iam a andar, outros iam parando para fazer alongamentos. Eu pelo contrário, estava cada vez melhor. Tinha era sempre de me ir hidratando aos pouquitos em cada posto de abastecimento. De notar que a nível de abastecimentos, a prova esteve de parabéns. Ao quilometro 16, voltei aos ritmos iniciais de 4:45-5:00/km. O meu companheiro ia-se aguentando. Eu sentia, e de acordo com o que tinha planeado, que o meu "sprint" estava a chegar. Bandas de musicas lá iam tocando pela 24 de Julho, para animar a malta.
Quando estávamos a chegar ao quilómetro 17, olhei para o meu companheiro e perguntei-lhe como se estava a sentir. Respondeu-me que não conseguia dar mais. A minha hora tinha chegado. Tinha sido esta a minha estratégia montada alguma semanas antes. A dúvida estaria se ao chegar ao 17º-18km teria força e velocidade para arrancar. Assim foi, arranquei para 4:30/km-4:06/km, e foi sempre assim quase até ao final, inclusivé cheguei a fazer no quilómetro 20 media de 3:58/km. Comecei a ultrapassar bastantes concorrentes que já só iam naquele ritmo de "endurance" até à meta. Mais ninguem daí até final me passou. Foi então que olhei para o placar e vi km19, e vi o meu tempo. Pela primeira vez, eu estava a tomar atenção ao tempo geral. Este indicava 1h:40m. Nem queria acreditar no que estava a ver. Emocionei-me na altura, pois estava, e já sabia que iria fazer um excelente tempo, para mim é claro.
A parte que mais me custou, foi o gancho (a curva apertada para a direira) a 400 ou 500m da meta. Essa curva cortou-me bastante o ritmo, pois por falta de experiência minha, fiz a mesma muito apertada o que me obrigou a abrandar bastante o ritmo. Para a proxima já sei que poderei alargar bastante a trajectória de modo a diminuir ao máximo o abrandamento do ritmo. E depois..... depois, foi a meta.
Só após ter tirado o chip de tempo, e recebido a medalha, é que olhei para o relógio. Este indicava um tempo de 1h:45m. Nem queria acreditar que tinha conseguido roubar 20minutos ao meu melhor tempo de treino, e 15mins ao meu tempo previsto para a chegada.
Fiquei radiante, qual vencedor da prova.
Dado a imensa multidão à chegada, não existia espaço para fazer um jogging de arrefencimento, foi então que os meus abdutores pareciam ter rasgado de cima a baixo. Felizmente, deitei-me numa relva ali próxima, e alonguei durante alguns minutos.
Ao chegar a casa, banho de água bem fria para cima das pernas. Foi remédio santo!

E ao final da tarde, após ter relaxado bastante, as minhas articulações e tendões estão algo doridos, mas os meus músculos já estavam prontos para mais. Mas isso......só amanhã no ginásio
Terça feira, dia de treinos novamente.

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