Marginal à Noite

Pois bem, o dia amanheceu bastante cinzento e com chuva. Logo vi que a famosa noite da marginal não iria ser assim tão famosa quanto isso.
Eu e a minha mulher fomos cedo para a zona da prova, pois tinham-me avisado que iria ser depois muito complicado estacionar a viatura. Assim, e por volta das 19h, dirigimo-nos para o local. Durante o caminho, caíu uma carga de água enorme. O vento soprava com bastante intensidade. Olhámos um para o outro e dissémos, se houver prova vamos mesmo que chova a cântaros. Pessoalmente adoro correr com chuva.
De repente deixou de chover. O vento esse, quase desapareceu por completo. Aproximava-se a hora. A minha mulher, começava com o nervoso míudinho de quêm corre pela primveira vez. Esta seria a sua primeira prova já a sério, após os treinos comandados aqui pelos olhos do mister (moi), tinha tudo para correr bem. Iria ter a companhia do treinador e tudo.
Quando arrancámos, pessoalmente não vi a linha de partida. O ambiente encontrava-se fresco e agradável.
Fui sempre a fazer-lhe companhia principalmente a controlar o andamento e o impêto inicial. Sempre a dizer-lhe para guardar forças para os 2 últimos quilómetros.
E assim foi, quando chegou à descida deu tudo o que tinha para dar. E conseguiu fazer os 8kms em 44:3x. Deixou-me bastante orgulhoso por ter terminado a prova e com um tempo que eu penso que seja porreiro para quem correu pela 1ª vez. Estou aos poucos a conseguir converter mais uma companheira para as nossas estradas.
Quanto a mim, bem, foi um treino lento que fiz. Quando cheguei a casa, nem parecia que tinha feito nada. Mas também o objectivo não tinha sido esse.
Adorei ouvir o barulho do mar, correr em cima do alcatrão molhado, as luzes a fazerem reflexo no asfalto.
Foi bom, não só por ela, mas também porque deu para ir do meio do pelotão para trás, e apreciar a paisagem, os sons, as dificuldades de tanta gente em fazer aquilo que para alguns de nós é quase um aquecimento, mas que com imensa sofridão e na espectactiva de se superarem a eles próprios, lá iam.
Para o ano, lá estaremos novamente. Mas desta vez, irei eu para outro tipo de ritmo