Pois bem, a organização da prova, finalmente veio com uma explicação formal,racional, e penso que sincera.
Pela minha parte, e perante este cenário, estão desculpados
*Comunicado da organização*
10 de Dezembro:Pela 22ª vez consecutiva, a Xistarca levou a cabo a Maratona de Lisboa, este ano com dificuldades acrescidas devido à ausência de qualquer apoio financeiro por parte da Câmara Municipal de Lisboa - desde sempre a principal patrocinadora do evento - que, devido às restrições orçamentais que está a viver, se limitou a dar o habitual apoio logístico.
Quando tivemos conhecimento dessa limitação, o que aconteceu a menos de um mês da data da prova, ficámos perante um dilema: ou não a fazíamos, o que seria bastante penalizador para quem já se estava a preparar há algum tempo, ou fazíamo-la com algumas limitações, resultantes deste corte orçamental, calculado em cerca de 60 por cento do orçamento dos últimos anos.
Prevaleceu a segunda hipótese, sabendo-se de antemão que não poderíamos contar com mais receitas que aquelas que a própria prova gerava, ou seja, o dinheiro das inscrições, já que também não foi possível dispor de mais nenhum outro patrocínio, além da oferta de serviços e dos apoios institucionais do Instituto de Desporto de Portugal, no valor de 3305,79 euros, para a Prova Aberta (no âmbito do programa Mexa-se) e também da Associação de Atletismo de Lisboa, que assumiu o pagamento da conferência de imprensa e dos juízes oficiais.
É óbvio que sabíamos os riscos que estávamos a correr, pois foi necessário cortar de um modo geral em todas as rubricas, desde os prémios ao pessoal de apoio. Mas este seria mais um desafio a que nos expunha a Maratona de Lisboa, cuja história tem sido marcada por um sem número de peripécias que só a determinação e teimosia de uma meia dúzia de carolas tem permitido enfrentar. Este seria mais um, com a particularidade inovadora de ser a primeira grande prova portuguesa a realizar-se, apenas, com as receitas directas que conseguia gerar.
Mesmo assim, a preparação da prova decorreu dentro da normalidade e, à medida que a data do evento se aproximava, o aumento do número de inscritos constituía como que um incentivo para prosseguirmos esta nossa cruzada, havendo sempre a salvaguarda de, no caso do valor das inscrições não suportar todos os custos da prova, outras empresas a que a Xistarca se encontra associada assumirem o défice, mediante troca de publicidade, como aliás veio a acontecer em relação ao CEFAD.
Assim, com mais ou menos dificuldade, foram-se superando os habituais problemas inerentes a uma organização de tanta responsabilidade, este ano agravados pelo facto de termos como interlocutora no Departamento de Desporto da CMLx. uma nova equipa que não estava habituada aos procedimentos dos outros anos. Mas tudo isto se foi superando com a habitual capacidade de improvisação que caracteriza os portugueses.
Tudo estava a correr dentro da normalidade possível até à altura da chegada dos atletas à meta. Aí, e pese embora terem sido feitos os testes iniciais, o equipamento da “Chiptiming” negou-se a funcionar na sua plenitude, ou seja, trabalhava um bocado e depois parava, coisa que nunca nos tinha acontecido em quase três anos de utilização regular do equipamento.
Sem entrar em pânico, o pessoal responsável por esse serviço recorreu ao equipamento suplente, montando-o em tempo recorde. Mas o comportamento deste continuava a ser igual ao do que tinha sido instalado inicialmente.
Enquanto se procediam a estas tentativas desesperadas, começou-se a proceder à recolha dos dorsais e dos tempos de forma manual, ao mesmo tempo que, como habitualmente, se filmava a chegada em vídeo, informação que é sempre utilizado para esclarecimento de eventuais dúvidas.
Com essa informação, mais aquela que os juízes produziram, foi possível elaborar a totalidade das classificações da prova principal – Maratona – sendo poucas as dúvidas que daí advieram.
Quanto à Meia-Maratona, tanto pelo facto de serem mais atletas como pela circunstância de chegarem mais em grupo, não se conseguiu proceder de igual modo e, apesar do cruzamento de informação realizado e que ainda continua a ser feito, não foi possível ir além dos resultados apurados no tapete, os quais, embora signifiquem 63,5% dos atletas chegados, são manifestamente poucos e não correspondem às expectativas dos restantes concorrentes que participaram na corrida.
Durante a última semana tentámos, por todos os meios ao nosso alcance, recolher informação que pudesse de algum modo colmatar a situação, ao mesmo tempo que procurávamos encontrar uma justificação para o ocorrido. Depois de consultado o fabricante do equipamento, no Brasil, fomos então informados que esse tipo de problemas poderá acontecer quando existe um campo magnético forte no subsolo ou quando as concentrações de ferro são grandes.
Conhecido este facto, associamo-lo às obras de alargamento da rede de metropolitano que, entretanto, avançaram naquele local em relação à última edição e já se encontram em fase de testes para abertura a curto prazo. Esta explicação, embora nos tenha tranquilizado, não será mais que apenas uma justificação para o ocorrido, pois não poderá resolver o problema entretanto criado.
Perante esta realidade, resta-nos apenas assumir, com a frontalidade e a honestidade que sempre nos caracterizou, as nossas mais sinceras desculpas e garantir que em circunstâncias futuras iremos levar em atenção mais este aspecto, até aqui desconhecido por nós, mas que poderá ser atenuado ou mesmo solucionado, conforme nos informaram, com a colocação de um espaço neutro - que poderá ser um estrado de madeira - que elimine essas interferências magnéticas.
Lisboa, 10 de Dezembro de 2007
António Campos
Director da Maratona de Lisboa
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Tuesday, December 11, 2007
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